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FMI quis que Portugal pedisse resgate 10 meses antes. A revelação é feita à Renascença pelo jornalista David Diniz, co-autor do livro “Resgatados”.
Já desconfiávamos ou, pelo menos, houve rumores ao tempo.
Não admira, portanto.
Isto levou-me a questionar-me o que sabia eu do FMI. E que sabemos nós do FMI?
O Fundo Monetário Internacional é uma organização internacional do qual fazem parte todos os membros da ONU e mais uns quantos (os Estados Unidos, único membro com poder de veto).
Criado em 1944, tem por objectivo a estabilidade do sistema monetário internacional. Tal só é possível se houver uma expansão equilibrada do comércio, níveis elevados de emprego, estabilidade nos câmbios, diminuição da pobreza.
Através dos seus recursos, o FMI empresta dinheiro aos países membros num prazo limitado e mediante determinadas condições oferecendo para tal o apoio técnico e respectiva fiscalização do cumprimento.
Mas donde vem o dinheiro que o FMI empresta?
Dos países accionistas. Ou seja, o FMI é uma espécie de seguro de saúde e de vida, não vá acontecer uma qualquer desgraça inesperada. Mas, em certa medida, traz-me à memória aquelas seguradoras que, apesar de terem prometido mundos e fundos, na hora levanta mil e um obstáculos. Aquelas letrinhas muito pequeninas, quase ilegíveis, num cantinho qualquer da papelada, lá nos tramaram.
Prevalecem-me assim algumas dúvidas sobre os benefícios em pedir os resgate 10 meses antes.
Mas vou pensar nisso.
O economista e conselheiro de Estado Vítor Bento defendeu hoje que a reforma deve ser estendida para ajudar as gerações "mais entaladas".
"Se a população vive mais tempo, tem de trabalhar mais tempo. É a única forma de ajudarmos a geração dos pais que é a mais entalada", in Económico.
O problema talvez não seja trabalhar mais tempo mas estar apto a trabalhar mais tempo.
As pessoas vivem mais tempo é verdade, mas de que forma? Ou seja, as capacidades físicas e intelectuais permanecem até mais tarde? Estaremos a envelhecer mais tardiamente ou temos recursos para prolongar a vida mais anos?
Há casos e casos todos sabemos mas numa sociedade onde a competetividade, a rapidez e a exigência são os principais padrões de avaliação, não sei se há lugar para a experiência ritmada de um sexagenário, a quem chamam idoso para não usar a palavra velho, que pensa à velocidade dos neurónios em vez dos bites e que, por muito integrado que esteja, acredita mais nas capacidades humanas do que na infalibilidade das máquinas.
Opinião vale o que vale.
Apesar de se tratar de um exercício solitário e individual, as influências externas diversas têm mais peso do que desejaríamos.
A opinião devia seguir-se à confusão de idéias depois da observação e da ponderação. Muitas vezes não é assim porque nos atiramos com unhas e dentes às coisas, quantas vezes, toldádos pela emoção.
Bom, mas voltamos ao início, a opinião vale o que vale.
A minha não foge à regra e recuso-me a passá-la a escrito ao abrigo do acordo ortográfico.
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