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Asfixia grisalha

por outraidade, em 17.05.13

Quase me senti assassina!

 

Voltei atrás e reli a notícia. Era mesmo suspeita (ainda não acusada mas quase). A fotografia do Sr. Lopes causou-me alguma náusea inicial. Estava incrédula mas por mais que tentásse ler outra coisa, não havia volta a dar. Asfixiadora era a imagem que me pulava á frente dos olhos. Abri a janela porque me faltava o ar e a calma para enfiar o chapéu.

 

Eu a asfixiar as actuais gerações?! E quem me asfixiou a mim que lutei todos estes anos por uma vida mais tranquila, mais confortável, mais justa?

 

Sim, dou a mão à palmatória, quando não percebi que a minha vizinha estava a atravessar uma dura fase de luto, quando só dei 50 cêntimos ao arrumador naquele dia da consulta, quando por egoísmo não adoptei uma criança, quando me atrevi a deitar comida fora que alguém  ía recolher do lixo!

 

E a geração do Sr.Lopes? O que fêz pela minha geração? Mandou a juventude para a guerra colonial, mandou prender os que pensavam fora do regime, ignorou um serviço nacional de saúde, restringiu o acesso escolar, enfim descuidou o estado social.

 

E, vejam bem, alguém que assim tratou todas as gerações de quase 60 anos, vem agora dizer o que disse.

 

Rasguei o jornal! Acabou-se!

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publicado às 17:38

O brutalismo dos cabrais

por outraidade, em 11.05.13

O brutalismo (segundo Boaventura Sousa Santos) destes cabrais atinge todos os dias a dignidade de qualquer ser humano que vive neste território onde se instalou um regime brutalitário, servido por brutalistas que não se sabe se nasceram ou foram postos de qualquer ser brutal que nos invadiu.

 

E Bruto, que deu origem a este estado de coisas, já perdeu a voz de tenor que passou a terror, acentuando a curvatura costal pelo peso da alma adensada de incompetência, lambendo os esgotos que de norte lhe mandam, cerrando-se nos discursos que deixou de ter vergonha de fazer, encrispando os lábios que não devem sentir há muito a palavra amor.

 

Dos cabrais que uma Maria derrotou, vem-me à idéia uma outra palavra que deriva em ões mas escrevê-la aqui seria muito, "muito péssimo".

 

E péssimo  (não muito mas muito mais que) está este território que se fêz de luta e se faz de História, onde o brutalismo nunca tinha conseguido chegar.

 

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publicado às 12:14


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