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(imagem internet)
A idade, às vezes, convence-nos e vence-nos.
Convencemo-nos que já não temos idade para isto e para aquilo...
Convencemo-nos que já passou o nosso tempo e que o mundo é dos mais novos...
Convencemo-nos que a idade traz tudo...
Convencemo-nos que nos falta a força, a paciência, a utilidade...
O discurso compreensivo muito na moda,
a nova orientação integradora dos mais idosos,
as maneiras modernas de encarar aqueles que chegam a idades mais avançadas,
mais apoucado não pode ser.
Não os tratem como se estivessem a perder as capacidades normais porque já bastam os maus tratos que lhes dão no País onde moram, fazendo-os sentir os verdadeiros culpados dum sistema social em rotura.
Diariamente atiram-lhes à cara os gastos na saúde, nos cuidados e...ainda por cima, ousadamente, alguém lhes terá metido (à anteriori) na cabeça o direito de receber uma pensão para lhes custear as despesas das fraldas e dos cremes das escaras ou do leite e dos yogurtes... luxos!
Vidas acima das suas possibilidades!
Os meus últimos tempos têm sido visitados pela revolta contra este terrorismo camuflado que a todo o momento se lança na comunicação social sem um pingo de pudor, sem um mínimo de consciência que me colocam a questão de perceber ou, vá lá, entender o que existe nas mentes humanas hodiernas...
Sinto-me inundada por aquele texto do Bruno Nogueira a propósito da má piada da outra a quem chamam escritora.
Esta coisa a que se vem chamando crise de valores é resumidamente uma crise das democracias.
Das duas uma: ou nos vai projectar para um novo modelo democrático ou nos enclausurará num modelo totalitário para o qual já não faltam todos os ingredientes.
Convencidos que isto não vai longe e vencidos muito menos porque ainda faltam muitas batalhas.
De repente, vemo-nos envolvidos...nós que não temos "espírito para a política"...
Há coisas que não podemos aceitar; há ofensas que ninguém, em seu perfeito juízo, consegue perceber.
Atentar contra as pessoas mais vulneráveis de uma sociedade, espartilhá-las, emparedá-las, para além de ser uma violência social, é também apressar a sua "morte" física e mental.
Nas sociedades modernas, em nome de dívidas ideológicas ou de ideologias devedoras, massacra-se um dos valores humanos mais preciosos - a dignidade!
Daí advém a minha revolta. Tanto se me dá a política, tanto se me dá esses grupos a que chamam partidos convencionado que em democracia representam o povo...quaisquer que sejam!
Ninguém pode representar alguém que não respeita, que não defende, que não protege.
Sinto-me quase como S.Sebastião...não propriamente porque ligada aos "imperadores romanos" (que só os conheço das aparições públicas), mas porque, ainda assim, as flechas vão-me torturando sem execução imediata.
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