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(imagem internet)
A idade, às vezes, convence-nos e vence-nos.
Convencemo-nos que já não temos idade para isto e para aquilo...
Convencemo-nos que já passou o nosso tempo e que o mundo é dos mais novos...
Convencemo-nos que a idade traz tudo...
Convencemo-nos que nos falta a força, a paciência, a utilidade...
O discurso compreensivo muito na moda,
a nova orientação integradora dos mais idosos,
as maneiras modernas de encarar aqueles que chegam a idades mais avançadas,
mais apoucado não pode ser.
Não os tratem como se estivessem a perder as capacidades normais porque já bastam os maus tratos que lhes dão no País onde moram, fazendo-os sentir os verdadeiros culpados dum sistema social em rotura.
Diariamente atiram-lhes à cara os gastos na saúde, nos cuidados e...ainda por cima, ousadamente, alguém lhes terá metido (à anteriori) na cabeça o direito de receber uma pensão para lhes custear as despesas das fraldas e dos cremes das escaras ou do leite e dos yogurtes... luxos!
Vidas acima das suas possibilidades!
Os meus últimos tempos têm sido visitados pela revolta contra este terrorismo camuflado que a todo o momento se lança na comunicação social sem um pingo de pudor, sem um mínimo de consciência que me colocam a questão de perceber ou, vá lá, entender o que existe nas mentes humanas hodiernas...
Sinto-me inundada por aquele texto do Bruno Nogueira a propósito da má piada da outra a quem chamam escritora.
Esta coisa a que se vem chamando crise de valores é resumidamente uma crise das democracias.
Das duas uma: ou nos vai projectar para um novo modelo democrático ou nos enclausurará num modelo totalitário para o qual já não faltam todos os ingredientes.
Convencidos que isto não vai longe e vencidos muito menos porque ainda faltam muitas batalhas.
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