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Associativismo

por outraidade, em 10.10.18

Não temos o hábito de participação em associações?

Segundo parece boa parte de figuras públicas estiveram ligadas a associações onde deram os primeiros passos de participação pública. Não sei se assim é. O que é verdade é que foi em associações que a população resistiu ao período da falta de liberdade que marcou o Estado Novo.

Homens e mulheres, através de associações, integraram bandas de música, grupos de teatro, grupos corais, ranchos de folclore, equipas de futebol e outros desportos.

Nos anos 20/30 apareceram as Ligas de Melhoramentos, sobretudo no Portugal profundo com os residentes e originários a assumirem a necessidade de dotar as aldeias e centros populacionais de benefícios que poderiam trazer às populações melhores condições de vida.

O custo das obras era, na sua totalidade, suportado pelo povo, alguns emigrados em países longínquos, outros um pouco mais perto, normalmente na capital.

Desde um simples chafariz para substituir a "fonte de chafurdo", até à construção da casa da professora (a maioria regentes que se sujeitavam as péssimas condições de vivência), deixavam os homens bons da localidade mais prestativos e também mais unidos e fortalecidos.

E já, algumas dessas Ligas, em inícios dos anos 40 integravam nas suas fileiras "indivíduos de ambos os sexos", naturais e "com interesses ligados à" freguesia.

De uma forma astuta e arguta, encontram-se na definição de objectivos destas Ligas a integração de palavras como "protecção", "satisfação de necessidades", "interesse comum", "solidariedade".

Em 1955, por exemplo, um Presidente de Junta para receber os seus conterrâneos vindos de Lisboa,  diz no seu discurso: "A Junta de Freguesia é pobre. Não tem quaisquer recursos. Não recebe qualquer auxílio, particular ou das entidades governamentais. Portanto que vos reorganizeis o mais rapidamente...o povo merece o nosso esforço".

(ver Liga de Melhoramentos do Vidual, discurso de Alberto Antunes Brito).

Neste ambiente de intervenção cívica nasceram novas áreas de preocupação como o ambiente, a emigração, a formação escolar, os direitos da mulher,etc.

Este costume de associativismo teve um eco enorme nas comunidades portuguesas que se foram constituíndo e construíndo nos países de concentração de emigração portuguesa, muitos deles "chamados" por familiares, amigos e vizinhos.

Sobre a importância do associativismo falaremos de outra vez, nomeadamente porque perdemos este sentido de que só juntos/unidos podemos tornar-nos mais fortes.

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publicado às 16:25


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